segunda-feira, 26 de abril de 2010

Que bolinho bate um bolão?

Sábado, 13:00 - Terminal Menezes Cortes - Rio de Janeiro, RJ

Em 2006, essa galera se reuniu para fazer a primeira Expedição Degustativa idealizada pelo meu amigo Guilherme Studart. Na versão inicial, em busca do melhor bolinho de bacalhau do Rio de Janeiro. Uma iniciativa que virou uma série e se transformou na edição "de comer" do guia Rio Botequim.

Sábado, 13:45 - Caneco Gelado do Mário - Niterói, RJ

A primeira parada foi do outro lado da Ponte, em Niterói, no Caneco Gelado do Mário, que funciona no mesmo local desde 1968. Desde a inauguração, é o próprio Mário que compra os peixes e comanda a cozinha pessoalmente todos os dias. O bolinho pode ser grande, por unidade, ou porção com bolinhos menores. Peça também o pastel de siri, que quem conhece não dispensa.

Sábado, 14:30 - Rei do Bolinho de Bacalhau - Rio de Janeiro, RJ

De Niterói fomos para a Ilha do Governador provar os famosos bolinhos do seu Sebastião, este simpático português que fez fama preparando o petisco sem contato manual, moldando um a um com duas colheres. É isso que dá esse formato de kibe. O lugar é simples, serve só bolinho de bacalhau e batata frita, mas é show de bola. Vale a visita.

Sábado, 16:00 - CADEG - Rio de Janeiro, RJ

Nossa terceira visita foi à CADEG, em Benfica, o maior centro de abastecimento do Rio, onde rola todos os sábados uma animada reunião da comunidade lusa. Em torno da adega Flor do Mercado, nos fundos da CADEG, tem música da terrinha ao vivo, ao som do acordeon, sardinha na brasa, doces portugueses e bolinho de bacalhau. Mas tem que ir bem cedo. Quando chegamos lá eles já estavam encerrando.


Sábado, 17:30 - Bar do Adonis - Rio de Janeiro, RJ

Da CADEG fomos a pé para o Bar do Adonis, que fica a duas quadras de distância. Fomos recebidos pelo Antero, que gerencia a casa, e tivemos uma verdadeira aula sobre tipos de bacalhau, procedência, preparo, qualidade. No Adonis, o chope passa por uma serpentina de 90 metros para sair na temperatura certa, trincando, e já foi considerado o melhor da cidade por vários anos. Reparem na ficha de degustação que o Guilherme preparou para ser devidademte preenchida com diversos itens a respeito dos bolinho. Profissa.

Sábado, 19:30 - Adega D'Ouro - Rio de Janeiro, RJ

Em seguida fomos para a Adega D'Ouro, em Vicente de Carvalho. Já tinha umas seis horas que a gente estava experimentando bolinhos de bacalhau, mas o empenho era o mesmo, só que o teor alcoólico era maior que no começo. O bolinho de lá é feito com uma mão só, amassado sem ser enrolado, por isso fica com uma forma redonda porém imperfeita. Uma novidade que eu nunca tinha visto é uma azeitona preta que eles colocam. Dá um sabor especial ao bolinho. Gostei muito.


Sábado, 20:00 - Adega Bacalhau do Baixinho - Rio de Janeiro, RJ

Essa mão segurando o prato com os bolinhos recém fritos é do Baixinho, que trabalhou 20 anos na Adega D'Ouro e abriu seu próprio bar. Foi o campeão da nossa Expedição. O bolinho também leva azeitona preta e superou os outros em todos os quesitos da nossa avaliação. O lugar é longe, um pouco perigoso, mas recompensa quem se aventura. Outro dia, passando perto a trabalho, comprei uma posta de bacalhau pré-cozido que fez meu almoço ficar especial.

Sábado, 20:45 - Rei do Bacalhau - Rio de Janeiro, RJ

Terminhamos o nosso périplo gastronômico visitando o Rei do Bacalhau do Encantado. É bem tradicional e espaçoso, mas serviu para comprovar que o lugar tem mais fama que um bom bolinho de bacalhau que justifique essa fama. Mas valeu a ida até lá para avaliar e poder afirmar com certeza. Depois de experimentar diversos bolinhos de qualidade, nosso critério estava bem alto. Na foto acima, Guilherme Studart, nosso anfitrião, na sua primeira (de muitas) Expedição Degustativa. Tive o prazer de participar e de batizar - com o mesmo título que dei para esse post.

Bolinho de bacalhau + pastel de siri + cerveja + vinho